RELAÇÕES PARENTAIS E SAÚDE MENTAL

Olá, tudo bem com você??

É no interior de uma família que se dão as primeiras relações que servirão de modelos para todas as outras que se desenvolverão fora delas: amigos, parceiros, colegas de trabalho etc.

É com os mais próximos, sejam eles, o pai, a mãe, o irmão, avós, tios, que se experimenta como lidar com as alegrias, frustrações, tristezas e decepções. Por isso o modo como se aprende a comunicar ou não sentimentos, emoções, passar por conflitos e adquirir a própria autonomia diz muito sobre o ambiente familiar em que crescemos.

Ambientes tensos, instáveis e conflituosos geralmente causam maior estresse, ansiedade e sofrimento mental.

Em grupos familiares onde coexistam uma ou mais pessoas que apresentam problemas com álcool e outras drogas, o que geralmente desencadeia comportamentos violentos ou no mínimo imprevisíveis, é provável que num contexto assim, a saúde mental e emocional seja comprometida.

Tendo em vista que o foco seja a saúde e não o adoecimento, é importante que todos os integrantes de uma família sejam vistos como sujeitos com sua própria história, individualidade, vontades e desejo e que não estão meramente sob uma hierarquia.

Assim para que todos tenham vez e voz, é necessário tolerância, paciência e afeto.

Os vínculos criados com esse tipo de suporte são mais duradouros e estão associados à uma integração familiar saudável.

Em caso de um funcionamento disfuncional é recomendado um suporte terapêutico para recuperar ou até mesmo criar um maior equilíbrio e consequentemente melhor qualidade de vida.

E Quando a criança quer saber sobre sua origem?

No contexto da adoção é natural que em algum momento os pais se vejam na dúvida de contar ou não sobre a adoção dos seus filhos e procuram pela melhor ocasião para abordar o assunto com a criança ou adolescente. Como existe ainda muito preconceito em torno desse tema, é comum que os pais não se sintam à vontade para dizer a todos sobre a prática da adoção, com medo que seu filho sofra algum tipo de hostilidade ou até mesmo por sentirem medo que um dia seu filho queira entrar em contato com os pais biológicos e queira abandoná-los.

Em alguns casos quando a criança apresenta alguma dificuldade psíquica, emocional ou de aprendizagem, isso dificulta ainda mais o início dessa conversa, pois os pais acham que ao não tocar no assunto, de alguma forma estão poupando seus filhos do sofrimento. Vale aqui dizer que a superproteção aos filhos, deixa esses cada vez mais dependentes e com menos recursos emocionais para superar os dilemas da vida como um todo.

A verdade é que por mais que falar sobre esse assunto seja bastante delicado, toda criança tem o direito de saber sua história de vida. O ideal seria que desde a adoção, respeitando a capacidade de entendimento de acordo com a idade da criança, esse assunto fosse falado abertamente e conforme as dúvidas fossem surgindo, o esclarecimento e a naturalidade entorno do tema dariam tranquilidade à criança ou adolescente e aumentariam o poder de assimilação dessa questão.

O mais importante é sempre falar a verdade com seu filho e não tornar a hora de contar sobre a adoção um momento tenso ou dramático, onde a criança possa se sentir desconfortável. A melhor forma é estabelecer uma relação de confiança desde o primeiro contato, pois assim, a vida cotidiana será muito mais fácil e leve para ambos os lados e o vínculo estabelecido mostrará que o amor que envolve a adoção e a criação pode ser muito mais forte que os laços sanguíneos.

Você se sente seguro em falar da origem do seu filho? Para se preparar melhor para adoção, assista o mini-curso Caminhos para uma adoção consciente => https://www.adocaoempauta.com.br/minicurso-2/

Tatiany Schiavinato
Psicóloga
Atendimentos presenciais e online.